domingo, 28 de outubro de 2012

os sons


As buzinas, as sirenes e os passos apressados de pessoas preocupadas. Sussurros, celulares e vendedores ambulantes. Cada um com a sua vida, cada um com seus problemas. Caminhe reto e direito, eles dizem, em direção ao obscuro, eu sinto. Todas as manhãs são assim: ouço o ruído irritante do relógio e as risadas sarcásticas na rua-mesmo do quinto andar de um prédio antigo e acabado-. Conviver com sons deturpantes: isso é morar no centro da metrópole fadada ao caos. Mesmo assim a cidade vive. Em cada canto uma pessoa e em cada pessoa, uma história. Existe uma lenda antiga, a qual narra que a Terra não sucumbe no abismo do universo porque ela é alimentada por histórias contatas da boca dos humanos. Isto é: cada um gosta de repassar sua história e - inconscientemente - faz com que eles mesmos vivam. O fim do mundo seria o silêncio, pois.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

noites brandas

pela janela embaçada observo os prédios correndo rapidamente sob meus olhos, assim como um filme acelerado. de quadro a quadro as pessoas passam como se fossem fantasmas. ou são meus olhos que não enxergam direito? sob diversos pontos, fico sempre no meio do caminho. nos fins de tarde, avisto o sol lentamente se pondo dentre os prédios e condomínios. sinto um impulso imenso de olhar mais de perto, com a impressão de que se eu conseguir me aproximar um pouco mais, logo eu veria o mar. não passa de um impulso.


foto e texto: fwsarruda